… estou tão lamechas!
Fazes hoje doze anos.
No outro dia tentaste, assim entre muita daquela tua linguagem meia atabalhoada de quem sabe que tem de falar português para que eu responda, explicar-me como é tão diferente ter doze em vez de onze anos. Mas conseguiste, sabes? Eu percebi, reconheci e vejo todos os dias como cresceste no último ano. Vejo na roupa, nos all stars, no primeiro livro de físico-química e na escolha da segunda língua estrangeira. No tamanho dos bifes, na quantidade de arroz e batatas, no ritual diário do banho e no perfume que me pediste como presente «um hugo boss, mãe, compra-me um hugo boss». Daqui a nada, falta um pouquinho só, experimentarás o teu primeiro e, presumo inesquecível, hugo boss.
Vais encher-me a casa de gente, os teus amigos que eu adoro, os adultos que mais prezas, os avós, as tias, os tios e também os primos que fazem parte da tua vida, como os meus, que também são teus, fizeram e continuam a fazer.
Eras um bebé com semanas ainda quando arrancaste palavras do Doutor Correia Simões, o pediatra, que ficaram gravadas na minha memória para sempre «tens um bebé tão tranquilo, tão feliz, estás muito feliz não estás? Vê-se no teu filho». Olho para ti hoje, cansado de um dia a dia que já se impõe na tua vida, gasto pelo peso da mochila e exausto das responsabilidades, e as palavras daquele consultório ecoam na minha cabeça. És hoje um pré-adolescente tranquilo e feliz. E eu estou feliz, sim, muito, e sei que isso se vê em ti.
Sabes aquelas coisas com que lidas muito mal, que te arrancam raivas e lágrimas, aquelas que apelidas de injustiças, aquelas coisinhas muito chatas que eu às vezes lá tenho de te enfiar pelos ouvidinhos dentro para que não te deixes adormecer? Sabes? Estou cá desconfiada que possa muito bem ser uma espécie de amor que não se define e se digo poucas vezes o quanto me orgulho do ser que és, como tu tantas vezes reclamas, o tal ser maravilhoso que vive cá em casa, é por incapacidade minha de partilhar o turbilhão de sensações que é a minha vida desde que respiras.
Talvez deva contar-te o que sinto quando leio as histórias que vais deixando em folhas ali esquecidas no quarto, talvez deva lembrar-te mais vezes que a tua escrita é especial, muito especial e que devias dar-lhe a devida atenção, como deu a tua professora de Língua Portuguesa ao premiar-te sempre que pôde, ao agradecer-me com um longo abraço o aluno que és e ao fazer-te sonhar com a vontade de escrever.
Parabéns Miúdo, por teres nascido e por seres quem és!
parabéns aos dois
🙂 Obrigada
pronto, tinha que ser. agora fiquei eu toda desmanchada com isto! Parabéns pela Mãe que és e por tudo quanto me tens ensinado sobre essa condição vitalícia. Parabéns a esse Miúdo que gosta de escrever.
Que continue assim eternamente 🙂
PS: parabéns atrasados!
bjs
Obrigada amiga. É um amor vitalício que nos arranca o melhor e pior, sem teorias formuladas, sem nunca sabermos o que vai ser no dia seguinte mas para toda a vida. 🙂 É não é?
Obrigada por estares aí, ninguém melhor para conversar sobre filhos, amor, entranhas e afins… aqueles afins!!
Querido Rodrigo, muito obrigada!! 🙂