Anos, mas anos, a sonhar com a flexibilidade de horário, que aquela merda é uma multinacional líder de mercado. Anos a pensar ehpah que fixe que seria poder borregar mais uma horinha de manhã na caminha, levantar-me devagar, muito devagarinho e quem sabe passar a tomar um pequeno-almoço em condições, sentada, ainda dormente, e acordar assim ao meu ritmo, que é lento, muito lento. Que feliz eu me sentiria se pudesse sentar este cu no meu gabinete só a meio da manhã, com o sol já assim bem alto, sem ter que justificar esta necessidade que eu tenho de me embrulhar toda nos meus lençóis antes de me levantar, com tempo suficiente para não se notar marca alguma do prazerzinho matinal, como por exemplo a das almofadas, na tromba.
Olha mas que bela merda. É flexível é, mas só até às nove. Mas isto é alguma coisa? ATÉ ÀS DEZ, eu precisava, pelo menos, que fosse até às dez. É que agora a cena do “ai pah tá um trânsito horroroso, não se percebe, não há dinheiro não há dinheiro mas continua tudo a andar de carro”, acaba amanhã, com a obrigação de ter de enfiar um dos meus belos dedinhos – para os dias sim o indicador, para os dias não o médio, esse mesmo – numa coisa que apita e me reconhece e avisa o meu superior hierárquico se eu chegar, por exemplo, às nove horas e um minuto. Agora a sério, eu às vezes apanho mesmo trânsito, muito trânsito, mas tanto, assim inexplicavelmente, que eu não sei como é que isto vai ser. aaaahhhh vou desfazer-me em lágrimas neste preciso momento.
Vá que posso esticar a hora do almoço – assimcomássim já esticava – sem ter de andar a correr e à tarde também dá para fugir mais cedo. Agora o horário de Verão, isso sim. Dois mesinhos com saída obrigatória uma hora mais cedo todas as sextas-feiras, sim, obrigatória, que chato, e a praia já ali.
Pronto, logo mais vou interiorizar isto muito bem interiorizadinho que amanhã não vai ser fácil escolher o dedo para registar a entrada, ter uma conversa com as minhas almofadas, explicar-lhes que as compenso no fim-de-semana e que isto não põe em causa o amor que lhes tenho, nada disso, até vai sair reforçado desta contrariedade, que a ausência provoca saudade e a saudade desejo e se há coisas que eu desejo na minha vida são as minhas almofadas.
Eheh, sortuda. Paço D’Arcos a dez minutinhos com a melhor praia da linha. E umas quantas imperialuchas para conversar contigo numa esplanada fixolas. Se consegues a flexibilidade acho que no verão vais começar às seis da matina. Podes levar as pillows e os dedinhos todos 😉
🙂