«o seu menino hoje portou-se mal»
(ai, coitado às vezes também pode, mas pelo ar da coordenadora parecia que o Miúdo tinha roubado alguma coisa ou assassinado alguém, sei lá)
«então o que é que ele fez?»
«disse a uma monitora que ela devia ser de compreensão lenta. não podem falar assim com as monitoras. nem parece coisa dele»
(e se a mulher for mesmo de compreensão lenta?)
«realmente não parece coisa do Miúdo não»
(ainda se tivesse sido eu)
«bem. vou falar com ele e amanhã pedirá desculpa à senhora, claro»
«o que é que se passou?»
«então disse-lhe a cena do almoço umas três vezes e ela nunca percebeu, deve ser de compreensão lenta, que mal é que tem?»
«tem que fui chamada à atenção e não gosto. é óbvio que amanhã vais pedir desculpa à senhora»
(coitadinha da minha mãe. hoje percebo como deve ter sido difícil educar-me)
« e o que é que te passou pela cabeça para dizer aquilo? mas onde é que foste buscar essa expressão também?
(pelo que contas, até muito bem aplicada)
«és tu que dizes montes de vezes»
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